A doença de Crohn foi descrita pela primeira vez em 1932 pelo Dr. Burril B. Crohn, da cidade de Nova York, como uma inflamação no intestino delgado, que é crônica e deixa cicatrizes na parede intestinal.
Costuma localizar-se na parte final do intestino delgado e no cólon.
Embora as suas causas não sejam inteiramente conhecidas, é provável que tenha alguma relação com a deficiência do sistema imunológico, que provoca uma resposta exagerada perante certas substâncias infecciosas.
Esta doença pode manifestar-se em qualquer fase da vida, afeta homens e mulheres de cor branca. Em negros o risco é diminuído, que indica o elo genético desta doença.
O tratamento juntamente com a dieta adequada aliviam os sintomas. Nos períodos de crise são administrados medicamentos (corticóides, antiinflatórios, supressores do sistema imunológico, antibióticos etc.) para aliviar as dores e em alguns casos a intervenção cirúrgica é aconselhada para retirar as porções do intestino mais danificadas.
A doença de Crohn pode desenvolver-se durante meses ou anos sem apresentar qualquer manifestação. Stress, ansiedade e emoções extremas podem agravar os sintomas mas não causar ou piorar a doença.
Os sintomas nos períodos ativos são:
- · Dores na parte baixa e direita do abdômen, que costumam piorar depois das refeições, principalmente após o consumo de alimentos lácteos;
- · Diarréia ou fezes com sangue;
- · Febre;
- · Náuseas;
- · Debilidade;
- · Perda de peso (deficiência na absorção de nutrientes);
- · Úlceras intestinais.
CUIDADOS NA ALIMENTAÇÃO
Não existe um padrão dietético para pacientes com Crohn, mas alguns cuidados nutricionais podem auxiliar os pacientes a evitar erros na dieta. Doces e frutas em compota com alto grau de açúcar exacerbam a atividade da doença em muitas pessoas. As refeições devem ser freqüentes e de pequenos volumes.
PREFERIR:
- · Consumir alimentos ricos em triglicerídeos de cadeia curta (óleo de coco e milho) ou produtos prontos no mercado (TCM)
- · Alimentos ricos em ácidos graxos poliinsaturados (Ômega-3: óleo de peixe sardinha, atum, salmão, espinafre, agrião, couve.
- · Alimentos ricos em potássio nos casos de diarréia: banana-prata, batatabaroa, inglesa, maracujá.
- · Alimentos ricos em cálcio (queijo, pasta de gergelim) e vitamina D (óleo de fígado de bacalhau, sardinha, fígado de galinha) quando o leite não puder ser usado.
- · Alimentos ricos em vitamina A (salsa, cenoura), D (sardinha, salmão), E (óleo de gérmen de trigo ou o próprio gérmen 1 colher de sopa dia) K (fígado bovino, óleo de soja) pela redução na absorção de lipídios.
- · Alimentos ricos em ferro (melado, fígado bovino) e ácido fólico (fígado de galinha) pelo uso de aminossalicilatos.
- · Alimentos ricos em magnésio (leite de soja orgânico, proteína vegetal texturizada), em caso de diarréia ou resscecção intestinal
- · Alimentos ricos em fibras solúveis: maçã, arroz, pera, banana-prata, cenoura cozida, batata inglesa.
- · Devido a perda de fluídos propiciada pela diarréia, distúrbios do metabolismo de água eletrólitos podem ocorrer. Estas perdas devem ser repostas pela dieta e por líquidos contendo eletrólitos (água de coco, soro caseiro etc.)
EVITAR:
- · Gordura em excesso se houver esteatorréia (gordura nas fezes)
- · Em caso de intolerância a lactose: leite de vaca e suplementos líquidos ou em pó contendo lactose
- · Alimentos ricos em sacarose: açucar branco e doces em geral
- · Fibras insolúveis: farelo de trigo, cenoura crua, folhosos (prefira cozidos) principalmente os folhosos.
- · Condimentos como pimenta, picles, mostarda e molhos picantes.
Alimentos permitidos
– arroz;
– purês;
– carnes magras;
– legumes cozidos;
– ovo cozido;
– gelatina;
– banana maçã;
– maçã;
– chuchu;
– mandioquinha;
– batata;
– cenoura;
– abobrinha;
– espinafre, agrião;
– óleo de peixe, sardinha, atum, salmão
Alimentos Restringidos
– pão branco (e refinados)
– feijão;
– verduras cruas;
– mamão, pêra, laranja, ameixa;
– leite, iogurte, queijos;
– mel;
– aveia;
– carne de porco, lingüiça, salsicha;
– carnes gordas, banha;
– biscoitos amanteigados, doces, folhados, chocolate;
– frituras, gratinados, preparações sauté, maionese;
– pratos prontos, industrializados;
– manteiga, margarina, creme de leite.
O cuidado com a dieta e a observação de repor os minerais que podem ser perdidos proporcionam vida normal e os pacientes tornam-se assintomáticos e podem continuar sua vida normal, obtendo uma alta qualidade de vida.
Colaboração:
LEAO, Leila Sicupira Carneiro de Souza – Manual de nutrição clinica: para atendimento
ambulatório do adulto. Pedtrópolis, RJ: Vozes, 2003