BATATA YACON – contra diabetes – ovário policístico auxilia perda de peso
A batata Yacon (Polymnia sonchifolia) pertence à família das Asteraceae vem sendo a cada dia mais conhecida pelos seus benefícios para a saúde. Trata-se de um tubérculo que está sendo considerado um alimento nutracêutico por ajudar a reduzir a taxa de açúcar do sangue quando consumida regular e repetido.
O poder da batata yacon reside no fato deste tubérculo, ao contrários de seus parentes como a mandioca, inhame, batata e cará, não é fonte de amido e sim de inulina, que um tipo de oligofrutano. Esta substância tem um elevada capacidade de adoçar e, ao mesmo, tempo um baixo valor calórico.
Diferenças entre o amido e a inulina
1. O amido e a inulina são carboidratos complexos formados por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. A diferença é que a inulina é composta na sua maioria por unidades de frutose (carboidrato simples) com uma de glicose terminal, sendo a ligação entre as moléculas de frutose do tipo b(2->1), ou seja, uma molécula de sacarose associada a n moléculas de frutose.
2. A inulina tem valor calórico reduzido: 1 Kcal/g enquanto que do amido é de 4 Kcal/g). Isso se deve ao fato que as ligações entre as moléculas de frutose do tipo b(2->1) não são digeríveis no trato gastrintestinal e, por isso, chegam quase íntegras ao intestino grosso.
3. A inulina ao chegar no intestino grosso é fermentada pela microflora: produzindo gases; ácidos graxos voláteis ou são excretadas. Por isso ela não aumenta a glicemia. Os ácidos graxos voláteis podem ser absorvidos e ao chegar no fígado reduz a síntese de colesterol.
Conhecendo a batata yacon
A batata yacon é também conhecida como polínia ou simplesmente como batata diet. Esta planta herbácea é oriunda dos Andes em região de grande altitude e baixa temperatura. Trata-se de um tubérculo de sabor e textura bem diferentes dos conhecidos habitualmente, lembrando mais uma pêra. No oriente ela já vem consumida em maior escala, principalmente, entre os diabéticos.
Alimentos fontes de inulina
Batata yacon, alho, cebola, chicória, alcachofra e banana
Esta raiz apresenta elevado teor de água, poucas calorias e, ao contrário da maioria das espécies tuberosas que armazenam energia na forma de amido, o yacon tem como principal carboidrato os frutooligossacarídeos (FOS), que têm se destacado em vários estudos por exercerem atividade bifidogênica, isto é, estimulam o crescimento das bifidobactérias no intestino que protegem contra o efeito de bactérias invasivas e patogênicas.
O yacon é uma raiz tuberosa originária dos Andes que atualmente já é considerada um alimento nutracêutico. Cultivada e consumida desde os tempos pré-incas, desenvolve-se desde a Colômbia e Venezuela, até o noroeste da Argentina, em altitudes que vão de 2 a 3 mil metros. Na língua Quéchua, seu nome origina-se de “yacu e unu” , que significam “água” e de “yakku” que significa “aguado ou aquoso”. Em outro idioma andino – o Aymara – o yacon é conhecido como “aricoma” ou “aricuma” – termos mais utilizados em certas áreas da Bolívia. No idioma Quéchua, esta raiz tuberosa é chamada de “llagon” ou”yacumpi”. Na Colômbia, seu nome – “arboloco” revela a influência hispânica e no Equador seus nomes populares são bem parecidos entre si: “jicama” ou shicama”. Outros nomes pelos quais o yacon é conhecido: “yacon strawberry” (EUA), “poire de terra” (França), “polimnia” (Itália), “leafcup” (Inglaterra). Aqui no Brasil a planta é conhecida como “batata yacon” ou”batata diet”.
Alimento ou medicamento?
É mesmo interessante observar as duas facetas desta planta: trata-se de um alimento, mas sua fama é maior mesmo como medicinal. No folclore andino encontram-se referências de seu uso para combater problemas renais e hepáticos desde épocas muito antigas.
Na Bolívia, o yacon é usado para controlar diabetes e tratar problemas digestivos. Em algumas regiões do Peru, o yacon é considerado anti-raquítico. No Japão, o chá das folhas do yacon é usado para controlar a diabetes e reduzir o colesterol ruim.
Ao contrário da maioria dos tubérculos e raízes que armazenam carboidratos na forma de amido, o yacon armazena essencialmente frutooligossacarídeos do tipo inulina, ou seja, açúcares que não podem ser digeridos diretamente pelo organismo humano em razão da ausência de enzimas necessárias para o metabolismo destes elementos e são considerados compostos bioativos na alimentação humana.
O yacon apresenta boa quantidades de potássio e em menores quantidades cálcio, fósforo, magnésio, sódio, ferro, zinco e vitamina C. Outro composto encontrado é o triptofano, presente em quantidades médias. Além de nutracêutico, o yacon é reconhecido como o alimento com maior conteúdo de frutooligossacarídeos na natureza. A atividade prebiótica dos frutooligossacarídeos presentes no yacon tem sido associada a efeitos benéficos à saúde como alívio do intestino preso, aumento capacidade de absorção de minerais, fortalecimento do sistema imunológico e diminuição do desenvolvimento de câncer de cólon.
Efeitos cientificamente comprovados quando os frutooligossacarídeos são consumidos em dosagens recomendadas.
Verificou-se que o consumo do yacon não eleva os níveis de açúcar no sangue, o que levou à sua fama como o “alimento ideal dos diabéticos” e até o nome popular “batata dos diabéticos”. Além disso, suas folhas, na forma de chá, são indicadas para auxiliar a reduzir os teores de glicose no sangue e o colesterol.
“É um alimento dietético e diabético”, segundo o especialista em yacon, Michael Hermann, líder do projeto raízes e tubérculos Andinos, em Lima (Peru). De acordo com Hermann, foi no Japão que as qualidades da oligofrutose do yacon foram descobertas. “Os japoneses também descobriram que as folhas usadas no chá evitam picos que o diabético tem quando come alimentos açucarados ou com muito amido, que é quando o nível do seu açúcar no sangue aumenta violentamente”. “Parece que o chá diminui os picos”, disse ele.
Por também ser considerada fibra solúvel, a inulina reduz a liberação de glicose após as refeições, e pode ainda, diminuir a concentração de ácidos graxos e colesterol no sangue. Diferentemente dos demais tubérculos, o seu carboidrato é de menor índice glicêmico e o seu consumo é recomendado para o controle do diabetes, resistência à insulina, Síndrome do Ovário Policístico (SOP), colesterol, tratamento da disbiose ou controle saudável da microbiota intestinal que auxilia na diminuição da síntese de carcinógenos, diminuição do risco de câncer de cólon e de infecções bacterianas, prevenindo alterações gástricas como diarréias ou constipação.
Enfim, por sua digestão ser mais lenta, favorece o controle glicêmico, produz saciedade e controla vontade de comer doces. Isso pode ajudar muito a perda de peso para quem está fazendo reeducação alimentar ou está com glicemia/insulina alteradas.
A yacon apresenta baixas quantidades de proteínas e gorduras. O potássio é o mineral mais abundante como na batata inglesa. Em menores quantidades são encontrados cálcio, fósforo, magnésio, sódio, ferro, zinco, manganês e cobre.
A inulina tem fibras, menor valor calórico e não é facilmente digerida pelo organismo humano, fazendo com que o intestino funcione mais, interferindo menos no aumento da glicemia sanguínea, por ter menor absorção do carboidrato presente.
É ela quem oferece o sabor mais adocicado (parecido com pêra ou melão) e deve ser ingerida crua.
Testes com animais ainda estão sendo realizados para comprovar o efeito. Hermann disse, ainda, que as raízes yacon não provaram ter o mesmo efeito paliativo que suas folhas.
Exemplo de consumo: pura como lanche da tarde ou manhã, ralada em saladas, ou nos sucos.
Colaboração de:
http://www.taochi.com.br/pdf/yacon.pdf
Eroni Lupatini é nutricionista formada pela Faculdade Assis Gurgacz. Especialista em Docência do Ensino Superior – UNIPAN. Extensão universitária em: Fitoterapia para Nutricionistas. –Nutrigenética e Câncer – Cuidados nutricionais e metabólicos pré e pró cirurgia bariátrica; Nutrição e Suplementação especializada no esporte: da teoria à prática; Nutrigenômica e Nutrigenética: implicações práticas na nutrição clínica; Nutrição e Saúde nos ciclos de vida da mulher: suplementação de nutrientes e fitoterápicos; Funcionais, fitoterápicos e suplementos. Workshop de Fitomedicina e Fitoterapia aplicados à nutrição; Nutrição esportiva funcional; Capacitação em dietoterapia vegetarianaFisiologia da obesidade, da síndrome metabólica e da redução do peso corporal; Nutrição na terceira idade: do diagnóstico ao tratamento; entre outros. Atendimento a gestantes, lactentes, crianças, adolescentes, adultos e idosos e em pré e pró-gastroplastia. Fitoterapia aplicada a nutrição. Terapia Floral- MTC – ortomolecular, auriculoterapia. CRN 4298.