A hiperuricemia ou ácido úrico é caracterizada por valores de ácido úrico sangüíneo acima de 7,0 mg/dl. Quando a hiperuricemia ocorre, há deposição de cristais de monourato de sódio nas articulações e tecidos circundantes, como na hélice do ouvido, cotovelo, dedão do pé, entre outros. Esse acúmulo pode causar inflamação nos tecidos articulares e levar a sintomas crônicos da artrite, havendo também a possibilidade de se desenvolverem cálculos renais de ácido úrico e, mais tardiamente, doença renal, devido à sobrecarga da função renal. Porém, a hiperuricemia pode desenvolver-se independentemente à gota.
Os valores considerados normais de ácido úrico no sangue são:
Homens adultos = 3,4 – 7,0mg/dL
Mulher es adultas = 2,4 – 6,0mg/dL
O ácido úrico elevado é mais freqüente nos homens (90%) após os 30 anos, principalmente obesos com vida sedentária, usuários de bebidas alcoólicas e gasosas como a cerveja. Nas mulheres há menor incidência da doença após a menopausa. As inflamações facilitam a deposição de cristais de urato de sódio causando sintomas clínicos.
O ácido úrico é uma substância produzida pelo nosso organismo quando da utilização de todas as proteínas que nós comemos na alimentação do dia-a-dia. Numa explicação mais simples, pode-se dizer que quando as moléculas de proteínas dos alimentos são partidas em pedaços dentro do nosso organismo para servir de energia, o que sobra de todo esse processo é o ácido úrico. É normal que o ácido úrico esteja presente no sangue em quantidades previstas, mas quando ocorre uma produção excessiva ou uma deficiência na sua eliminação pelo rim, a sua concentração no sangue pode aumentar demais atacando principalmente as articulações, provocando a gota úrica, ou os próprios rins, produzindo cálculos renais (pedras nos rins).
Obs importante: Carne vermelha e feijão no jantar provocam aumento do ácido úrico e uma sobrecarga renal.
A ALIMENTAÇÃO:
Uma dieta rica em substâncias denominadas purinas (que fazem parte das proteínas) resulta em um aumento da concentração de ácido úrico no sangue e, portanto, alimentos ricos nessas substâncias devem ser evitados. Entretanto, a restrição rígida de alimentos contendo purinas geralmente é recomendada no estágio agudo da doença, sendo que durante o estágio intermediário das crises, o tratamento dietético para pacientes que se mantém medicados visa uma dieta normal adequada.
É necessário evitar os fatores desencadeantes ou que propiciam a formação do ácido úrico evitando determinados alimentos, a obesidade e a vida sedentária. Não usar alguns medicamentos como os corticóides que aumentam os cristais, diuréticos mercuriais, penicilina, aspirina (inibe a eliminação do ácido úrico), compostos iodados, methotrexate, etc.
É incentivada a ingestão de líquidos para estimular a excreção de ácido úrico. É indicado beber no mínimo 2 litros diários, principalmente de suco de frutas, (de uma fruta) e não industrializados, evitando-se toda bebida gasosa (refrigerantes, cerveja e até água gasosa), porque contém gás carbônico que entra na formação da estrutura de bases nitrogenadas purínicas podendo desencadear as crises. Também se orienta diminuir o consumo de álcool, pois este leva a hiperuricemia. Uma possível explicação para este fenômeno é de que há competição entre os metabólitos do álcool e do ácido úrico para a excreção renal.
A SEGUIR, VEJA QUAIS SÃO OS ALIMENTOS COM TEOR ALTO, MÉDIO E BAIXO EM PURINAS.
Alimentos com alto teor de purinas/consumo deve ser evitado
Carnes: como vitela, bacon, cabrito, carneiro ou ovelha, embutidos
– Miúdos como fígado, coração, língua, rim e miolos
– Peixes e frutos do mar como sardinha, salmão, truta, bacalhau, arenque, anchova, ovas de peixe, mexilhão, marisco
– Aves como galeto, peru, pombo e ganso
– Bebidas alcoólicas de todos os tipos
– Caldo de carnes e molhos prontos
– Fermento de pães
Alimentos com médio teor de purinas/consumo moderado
– Carnes de vaca, frango, porco, coelho e presunto
– Peixes e frutos do mar não citados acima, bem como camarão, ostra, lagosta, caranguejo
– Leguminosas como feijão (exceto feijão adzuki), soja, grão de bico, ervilha e lentilha, aspargo, cogumelos, couve-flor e espinafre
– Cereais integrais como arroz integral, trigo em grão, centeio e aveia
– Oleaginosas como coco, nozes, amendoim, castanhas, pistache, avelã
Alimentos com baixo teor de purinas/consumo permitido
– Leite, chá, café, chocolate, queijos magros, ovos cozidos, manteiga e margarina
– Cereais e farináceos como pão, macarrão, sagu, fubá, mandioca, araruta, arroz branco e milho
– Vegetais como couve, repolho alface, acelga, agrião, radiche
– Doces e frutas de todos os tipos, incluindo todos os sucos
Eroni Lupatini é nutricionista formada pela Faculdade Assis Gurgacz. Especialista em Docência do Ensino Superior – UNIPAN. Extensão universitária em: Fitoterapia para Nutricionistas. –Nutrigenética e Câncer – Cuidados nutricionais e metabólicos pré e pró cirurgia bariátrica; Nutrição e Suplementação especializada no esporte: da teoria à prática; Nutrigenômica e Nutrigenética: implicações práticas na nutrição clínica; Nutrição e Saúde nos ciclos de vida da mulher: suplementação de nutrientes e fitoterápicos; Funcionais, fitoterápicos e suplementos. Workshop de Fitomedicina e Fitoterapia aplicados à nutrição; Nutrição esportiva funcional; Fisiologia da obesidade, da síndrome metabólica e da redução do peso corporal; Nutrição na terceira idade: do diagnóstico ao tratamento; entre outros. Atendimento a gestantes, lactentes, crianças, adolescentes, adultos e idosos e em pré e pró-gastroplastia. Fitoterapia aplicada a nutrição. Terapia Floral- MTC – ortomolecular, auriculoterapia. CRN 4298.